2 anos que mudaram nosso jeito de pensar 🤖
+ A volta dos botões nos eletrônicos + Vídeo é o novo podcast + "Brain rot" é a palavra de Oxford
Quando o ChatGPT chegou de mansinho em 30 de novembro de 2022, poucos perceberam o tamanho da transformação que seria causada por aquela ferramenta aparentemente simples. O que parecia apenas mais um chatbot rapidamente se revelou um catalisador de mudanças em nossa forma de trabalhar, pensar e interagir com máquinas causadas pela inteligência artificial.
Desde o início, suas capacidades surpreenderam, como mostrei no episódio #195, um dos mais escutados do RESUMIDO. Em março de 2023, o GPT-4 redefiniu os limites entre capacidades humanas e artificiais (ainda bem distantes, vale ressaltar). O sistema evoluiu de um simples bot conversacional para uma ferramenta que nos fez questionar o que máquinas podem fazer e como nós mesmos processamos informação e conhecimento.
A democratização chegou em maio de 2023 com o aplicativo móvel, transformando o ChatGPT de curiosidade tecnológica em fenômeno cultural. A IA rompeu as fronteiras acadêmicas e invadiu nosso cotidiano, gerando tanto otimismo quanto preocupações profundas sobre privacidade, ética e o futuro do trabalho.
O impacto se materializou em números: 200 milhões de usuários semanais em agosto de 2023. A introdução dos recursos de voz em novembro “humanizou” essa relação, enquanto levantava questões sobre nossa dependência de interfaces digitais.
Em 2024, o salto para a multimodalidade expandiu as possibilidades. O ChatGPT transcendeu seu papel inicial para se tornar um colaborador multidimensional, enquanto a academia começava a sentir seu impacto: mais de 80% dos pesquisadores já utilizam a ferramenta, segundo a Wiley.
Hoje, com o GPT-4o integrando texto, áudio e vídeo, enfrentamos um paradoxo curioso: enquanto a tecnologia promete nos tornar mais produtivos, acabamos presos em um ciclo de demandas crescentes. A promessa de "fazer mais com menos" frequentemente se traduz em "fazer cada vez mais", sem o prometido ganho de tempo livre.
Esta narrativa transcende a evolução tecnológica - é um retrato de como, em apenas dois anos, transformamos profundamente nossa relação com o trabalho e a criatividade. A verdadeira revolução talvez esteja em aprender a usar essas ferramentas não apenas para produzir mais, e sim para recuperar algo precioso: nosso tempo e nossa capacidade de reflexão genuinamente humana.
Bits 💾
Retrospectiva [1]. O YouTube divulgou as 100 músicas mais ouvidas em 2024 no Brasil [CNN Brasil]
Retrospectiva [2]. Também já saiu a retrospectiva no mais popular dos streamings (se o RESUMIDO estiver na sua lista, posta no Stories que eu reposto!) [Spotify]
Retrospectiva [3]. Um compilado dos melhores artigos sobre IA publicados ao longo de 2024 [Erik Salvaggio]
Aliás… Sobre o Spotify Wrapped… [Parada Inglesa]
Match. Não tem jeito, o Instagram é o novo Tinder mesmo [G1]
Brain Rot. A palavra do ano do dicionário Oxford tem tudo a ver com o nosso uso diário de redes sociais [New York Times]
Conectados. A Meta quer construir um cabo de submarino para internet de alta velocidade para atender os próprios produtos [Straight Arrow News]
RESUMIDO #292 NO AR: A solidão se multiplica nas redes sociais, o conteúdo digital vira lixo automatizado e países começam a proteger crianças do vício em telas. A tecnologia que prometia nos conectar agora precisa de limites. Perdemos o controle do nosso próprio feed? Escute agora na sua
plataforma de áudio predileta!
Eternos. Cientistas chineses descobriram que é possível armazenar dados por milhões de anos em diamantes [ReadWrite]
Celular. E um estudo de duas universidades dos EUA aponta que é possível armazenar dados diretamente no DNA! [Phys.Org]
Fechou. Uma operação na Europa desmantelou um streaming ilegal que lucrava cerca de €250 milhões por mês [Bleeping Computer]
It's-a-me! A Nintendo caça no Reddit quem pirateou jogos do Switch [Meio Bit]
Calorão. Apartamentos na Califórnia vão usar o calor gerado por centros de dados de big tech para aquecer apartamentos [Fast Company]
Lições. Grande parte dos textões do Linkedin foi escrita com IA (não me diga…) [TecnoBlog]
Estrutura. O porquê do perigo de robôs parecerem demais com seres humanos [Veritassium]
Processinho. A Bytedance está processando um estagiário que fez modificações no TikTok sem autorização [TecnoBlog]
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Abas abertas 📑
Memes:
Pra quem tem entre 30 e 40 anos, esse vídeo do MGMT ainda na faculdade que viralizou esta semana vai despertar uma nostalgia braba.
O que a Ilana Glazer encontrou ao buscar por Salma Hayek no Google Images.
Elon Musk? Quem precisa dele se temos o brasileiro médio em ação?
O que aconteceu com quem achou boa ideia comprar um terreno no metaverso…
Salmões em um rio, segundo a IA.
Quando uma criança é mordida por um coach.
Utilidades:
Estude o conteúdo de apresentações e/ou vídeos do YouTube com resumos e cartões de perguntas.
Como usar o Reclame Aqui (um dos meus sites favoritos. Da história)
Se você precisa liberar espaço na memória do celular, este pode ser um caminho.
Um app para aprender a tocar suas músicas prediletas no piano ou violão junto com as suas playlists do Spotify.
Agora dá pra personalizar seu estilo de escrita no Claude.
Kilobytes 📡
Apertar botões é inegavelmente muito bom. Ainda bem que está havendo um resgate dos botões físicos em equipamentos eletrônicos após anos de interfaces de toque. Dispositivos como MacBooks e e-readers retomaram controles tangíveis, atendendo demandas por confiabilidade e segurança. Essa tendência transcende a funcionalidade e está relacionada ao apelo emocional e à busca por experiências táteis, aliviando o cansaço gerado pelas telas. [Resumido.cc]
O mercado de podcasts está em transição: vídeos têm se tornado essenciais (e lá vamos nós…) e plataformas como YouTube lideram o consumo. 31% dos ouvintes preferem o YouTube, superando Spotify e Apple Podcasts. Esse fenômeno é mais evidente entre os jovens da Geração Z, que veem podcasts não como áudio de fundo, mas como experiências multimídia. [resumido.cc]
Escuta só! 🎧
Uma playlist com curadoria 100% humana, atualizada toda semana, com o melhor do que escutei recentemente.
Pega a visão 👁️
Falei na última edição sobre o nosso Eu Digital se tornando realidade e aí esse YouTuber fez um tutorial de como usar esta ferramenta para criar seu avatar. Isso pode me ajudar a atender a nova demanda por vídeos em podcasts, hein.
Como alguém que usa o ChatGPT, GOogle Gemini e GitHub Copilot todos os dias, acho que é muito difícil deixar de usar essas ferramentas uma vez que você onde elas podem ser aplicadas e também tenha personalizado os prompts para as suas necessidades. Vejo um futuro no qual os modelos de linguagem serão cada vez mais embutidos em produtos e não sei se isso é bom ou ruim. Só o tempo dirá.